Mídias alternativas na pauta das forças democráticas

"Na Bolívia, o presidente Evo Morales denunciou publicamente a atividade, no país, de organizações não-governamentais financiadas pela Usaid e de uma rede informal de rádios que atuam organizadamente para desestabilizar o seu governo, com apoio da Voz da América (16). A emissora estadunidense, como vimos, mantém grande número de retransmissoras na Bolívia. As estações de alcance nacional e as regionais do Oriente (Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca) se converteram em repetidoras da linha editorial emanada da VOA. Para a jornalista Inés Hayes, há uma reedição do trabalho de propaganda contrarrevolucionária que operou durante os governos nacionalistas de 1952 e de 1969-1970. As disputas ideológicas foram travadas principalmente pelo rádio, ainda hoje o meio de comunicação de maior penetração no país. As emissoras radiofônicas de mineiros e de camponeses de Oruro, Cochabamba e La Paz surgiram desses embates. Hoje elas se somam às 80 estações comunitárias concedidas pelo governo de Evo Morales, para se posicionar como uma rede alternativa às emissoras comerciais privadas, sob a liderança da Rádio Pátria Nueva, do setor público.

A Nicarágua e o Equador também têm sido alvos do poder de fogo da Voz da América. Com a volta do sandinista Daniel Ortega ao poder em Manágua, a VOA se apressou em reforçar suas transmissões para aquele país, com novos investimentos em instalações e equipamentos. A emissora se tornou a principal fonte de denúncias de supostas fraudes nas eleições municipais de 2008, que em seguida foram amplificadas pelo mundo afora. No Equador, durante as manifestações de protesto contra o governo de Rafael Correa, lideradas pela Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) em 2009, a mídia dominante deu inédito respaldo a esses setores até hoje marginalizados, ao mesmo tempo em que divulgou seguidas pesquisas de opinião que mostravam queda na popularidade do governo.

Não é casual, portanto, que o combate aos oligopólios da comunicação esteja na pauta das forças democráticas da América Latina. A Alba decidiu, na reunião de cúpula de outubro de 2009, realizada em Cochabamba, na Bolívia, criar uma rede regional de mídia para contrabalançar a avalanche de propaganda estadunidense. Outros países da região, que contam com governos de orientação progressista, também despertaram para a necessidade de aprovar ou fazer valer legislações que imponham limite à oligopolização dos meios de radiodifusão, sobretudo rádio e televisão, e sua “propriedade cruzada” (controle simultâneo de diversos tipos de mídia por um mesmo grupo econômico).

Essas iniciativas, já adotadas ou em curso na Venezuela, na Bolívia, na Argentina, no Equador e no Uruguai – e defendidas no Brasil pela 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) – são denunciadas com estardalhaço e cinismo pelos próprios oligopólios da comunicação, como ameaças à liberdade de imprensa e à democracia. Eles transformam em interesse da sociedade a defesa de um privilégio que amesquinha a democracia e impede a circulação de ideias e propostas alternativas, quando contrárias às das camadas dominantes. A verdade, portanto, é que sem o controle desses oligopólios pela sociedade, dificilmente teremos liberdade de expressão e democracia efetivas na região."

Por Ludmila Rodrigues

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Água

Água límpida e cristalina
Que brota da terra mãe
Tua cor é tão bonita
O teu gosto tão gostoso
Tua beleza, incomparável
O teu significado, inexplicável
Tamanha é tua beleza
Que nobre riqueza
Dos proveitos que tiram de ti
Exageros se fazem existir
És simples, és bela
És pura
És vida
És tudo
Tudo isso és dela!

Orisley Guedes

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Meu Ser

Amar, viver, sentir -
Meu ser
Compreendo o amor
E os amores vários de meu ser
Amantes, errantes
Cobertos de sonhos e prazer
Na vida não há que se impor
Limites para o amor -
Sentimento abstrato
Objeto do ser
Dar e receber
Equilíbrio constante
De pouca variante
Sou rei
Realeza de mim mesmo
Sou fraco
Desiludido da realidade
Meu mundo é à parte
Alheio
Cheio de arte
Às vezes me sinto artista
Sonhador imperfeito
Bicho do mato
Animal sem domas ou redomas...
Nada enjaulado
Sou livre
Feito os pássaros
Amo a liberdade
Que arde e me invade
Assim sou eu -
Meu ser.
Orisley Guedes

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Falando sobre poesias e algo mais…

Escrever poesias é dar vazão aos mais nobres sentimentos.
É quando deixamos transparecer e transbordar todo o amor que reside em nossos corações.
É quando o espírito pede licença para se personificar em forma de palavras...
O ato da produção às vezes parece singelo, contudo, não menos merecedor de atenção e esmero.
Outras vezes, esse mesmo ato, de tão duro e impreciso, parece querer nos tirar o sono e a lucidez.
Mesmo assim não queremos parar, e não paramos.
Seguimos em frente, sem nos preocupar com a dor ou qualquer outro sacrifício.
Que dor?
Que sacrifício?
Escrever é sublime e recompensador.
Não há como descrever o que sentimos quando exercitamos essa habilidade.
Atividade prazerosa e, por si mesma, recompensadora e gratificante.
Escrevo porque gosto.
Eu gosto mesmo é de escrever e sentir o resultado do que escrevo...
Sinto-me útil, responsável.
Enriquecido, envaidecido, abençoado!
Orisley Guedes

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BSB_Brasília – Brasil

BSB
Brasília – Brasil

Cidade de céu azulado, pouco ou nada acinzentado. Brasília – Cidade Monumental!

De tuas curvas de concreto armado fez-se sentir o ar de sofisticação e modernidade, surgindo assim vossa marca registrada – Nova Capital!

Quando aqui cheguei ainda criança, pois não sou nascido neste chão inicialmente goiano, fui logo me apaixonando...

Apesar da pouca idade, pude registrar com os olhos e com a memória de criança do interior que era a beleza e a força das novas imagens, traços e perfumes. Sim, perfumes! Coisas abstratas de um mundo em concreto...

Chega a ser engraçado pensar que sempre me senti mais em casa quando estava em Brasília – cidade que me ofereceu as primeiras referências de cidade grande, povoada de sonhos e de esperanças...

Penso ter sido aqui o lugar onde desenvolvi a capacidade que tenho de sonhar e de amar. Sonhar com um mundo melhorado, mais humanizado, passado a limpo. Um mundo possível para mim e para as próximas gerações. Amar as pessoas, a natureza e o conhecimento. Pois de que vale a vida se não formos seres capazes de amar tudo aquilo que propicia sentido à nossa existência?

Brasília, teu nome me soa abertura. Como uma mãe que abre braços e coração para receber e proteger seus filhos amados. Assim tu és Brasília: Rainha de todos os brasileiros. Em teu solo promovem-se encontros e ajuntamentos. A idéia de que aqui é a terra onde se jorra leite e mel fora vendida mundo afora. Talvez por isso mesmo tenhamos ainda tantas questões a serem pensadas e resolvidas.

Mas nada que tire o brilho desta Cidade Capital! Nascida de um sonho e de muitos ideais.

Aqui se produz boa música, misturam-se muitos ritmos, estilos, cores e sabores; e também diversos amores. Esta cidade tem a cara de muitas coisas, se parece com outras tantas, porém, abriga uma alma própria e misteriosa – repleta de essências e significações...

Brasília, por ti declaro todo o meu amor.

Amo-te de coração.

Admiro o ontem, o hoje e o amanhã...

Parabéns por teus 50 belos anos! Que venham os outros 50, minha terra amada, idolatrada.
 Salve! Salve!

Por Orisley Guedes













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Os oligopólios da comunicação e seu papel no smart power

"A outra face visível do smart power nos países integrantes da Alba tem sido desempenhada pela respectiva mídia dominante, tendo a Voz da América como protagonista muitas vezes oculta (11). Em todos, os oligopólios da comunicação procuram, em uníssono, fomentar as respectivas oposições internas, denunciando os governos locais de promoverem uma suposta escalada autoritária, com ameaças à liberdade de imprensa, aos direitos humanos e à própria democracia (12). Na Venezuela já chegaram à fase de difundir rumores sobre uma iminente revogação do pátrio poder pelo governo Hugo Chávez, para que as crianças venezuelanas fiquem sob controle do Estado para serem submetidas à “doutrinação comunista” (13).

A revolução bolivariana tem enfrentado essa barreira de propaganda aplicando com rigor a legislação, como quando a Comissão Nacional de Telecomunicações resolveu não renovar a concessão da RCTV, em 2007, e, sobretudo, com a democratização do processo de concessão de direitos de transmissão (14). Até 1998, início do governo Chávez, simplesmente não havia canais comunitários de rádio e TV em funcionamento no país. Hoje, estão no ar 245 rádios FM e 37 emissoras de televisão, operadas por entidades sociais, sindicais e de bairro. Há ainda 82 estações públicas de rádio e 12 de televisão. O setor privado comercial dispõe de 471 emissoras de rádio FM e 65 de televisão. Para completar, floresce em todo o país a produção independente de conteúdos audiovisuais para essas emissoras, graças à abertura dada por dispositivos da Lei de Responsabilidade Social no Rádio e Televisão. Essa lei foi aprovada pelo legislativo venezuelano em dezembro de 2005, após mais de um ano de debates e audiências públicas realizadas em todas as regiões do país.

É fácil ver que não existe, na Venezuela, nada parecido com concentração da mídia nas mãos do governo, como denuncia a imprensa hegemônica. O que há, isso sim, é a progressiva quebra do poder virtualmente monopólico dessa mídia no país, que tem de enfrentar a crescente concorrência de órgãos de comunicação públicos e comunitários. A referida Lei de Responsabilidade não apenas assegura a mais completa e irrestrita liberdade de expressão, como também o direito à informação objetiva e fidedigna por parte da sociedade (Curiosamente, o código anterior, vigente desde 1984, previa expressamente a censura prévia) (15). A virulência da grande imprensa venezuelana no combate ao presidente Hugo Chávez confirma essa realidade."


Por Ludmila Rodrigues

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Uma prisão ao ar livre



A casa de todos os brasileiros, Brasília, em seus cinqüenta anos de vida, passa por uma situação complicada: em três meses, teve nada menos do que quatro governadores, sendo dois deles participantes de escândalos envolvendo dinheiro público. Mas a capital da federação é apenas isso?Política?Corrupção?Sede de politicagens?
Apesar de todas as dificuldades que eu enfrento todos os dias, apesar da secura e do calor que quase me matam, das chuvas inesperadas, da poeira do cerrado, dessa falta de vergonha de alguns políticos que se preocupam apenas com o dinheiro que vão faturar... apesar de saber que aqui não tem praia, que aqui é tudo muito caro e saber de toda a desigualdade mascarada e afastada nas cidades satélites, Brasília ainda é o melhor lugar para se viver nesse país.
Para mim, Brasília representa algo mais. Este foi o lugar onde nasci, cresci, criei minha identidade e é o lugar em que aprendi a enxergar com outros olhos as diferenças. Diferenças culturais, ideológicas, religiosas. Minha cidade consegue conviver em paz com a diversidade, com essa mistura de ritmos e cores, temperos e sabores, com as milhares de pessoas que passam todos os dias pela rodoviária, que compartilham o mesmo céu. E que céu! Parece que foi pintado a mão por Deus, diz aí! Não vejo céu assim em nenhuma outra cidade. Brasília, como disse a grande escritora, Clarice Lispector, é uma prisão ao ar livre. Espaços vazios contrastam com a arquitetura de curvilínea de Niemeyer e os prédios imponentes da Praça dos Três Poderes, do Congresso e dos Ministérios.
Em cada esquina, um barzinho. Em cada barzinho, um som diferente. Você pode encontrar um restaurante mineiro ao lado de um nordestino convivendo na mais perfeita harmonia. E quanto aos sotaques? É um “rebuliço danado” conversar com um brasiliense, uai. Ta ligado que aqui a gente faz uma mistura bem doida, véi, e acabamos por criar nossa própria forma de falar.
Eu sinto orgulho de fazer parte dessa cidade, dessa história, desses cinqüenta anos! Espero poder contribuir cada vez mais para que a minha Brasília progrida e seja famosa, não por conta da corrupção, mas por seu povo e suas raízes, que representam tão bem o nosso Brasil.


Bárbara Nascimento

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